Rio do Douro
Quando entra em Zamora, vindo da sua nascente na serra de Urbión, o
rio Douro vai calmo, seguindo a planura quente da velha Castela. Mas, alguns quilómetros à frente, em Villalcampo, na fronteira entre Portugal e Espanha, perde o pé e afunda-se num grande
canyon que as suas próprias águas foram cavando ao longo dos últimos 100 milhões de anos.
O Douro corre encaixado entre os dois países ao longo de 120 quilómetros de abruptas encostas graníticas, que coincidem, em grande parte, com os limites do
Parque Natural do Douro Internacional. Em Barca d’Alva, já mais calmo, despede-se de Espanha e segue sempre em território português até ao Atlântico, na
cidade do Porto, atravessando as regiões de
Trás-os-Montes,
Beira Alta e
Minho.
Mais ou menos a meio da sua longa caminhada, ziguezagueia por entre montanhas e vales, margeando encostas quase a prumo. É precisamente neste troço acidentado, entre Barca d’Alva e Barqueiros, 100 quilómetros a leste do Porto, que se situa a Região Demarcada do Douro, o berço do
vinho do Porto, ainda hoje emblema do país.
São cerca de 250 mil hectares que abrangem concelhos dos distritos de
Vila Real,
Viseu,
Bragança e
Guarda. A área de vinha ascende a cerca de 45 mil hectares. Criada em 1756 pelo Marquês de Pombal, é a mais antiga região demarcada do mundo no sentido moderno do termo.